A resistência das organizações em se abrir para o novo: Uma conversa sobre a incoerência da experiência para ter experiência.

 

Olá, espero que você esteja verdadeiramente bem!👋

Faz tempo que não venho escrever sobre os muitos assuntos que gosto, não é? 

Hoje decidi dialogar com vocês sobre um assunto que (ainda) é muito presente nos processos seletivos afora. Creio que você já vivenciou isso ou ao menos conhece alguém que vivenciou e esse alguém conhece outro alguém e por aí vai. Estou falando da contradição entre: Preciso de uma experiência x A empresa exige uma experiência. 

Ponto de partida: A resistência! 

Sabemos que, organizações (com ou sem fins lucrativos), tem suas normas, objetivos, cultura presente no dia a dia e que as pessoas por anos apenas se adaptaram, sem sequer uma abertura para o 'pensar novas possibilidades'. 
Quem nunca ouviu que "em time que está ganhando, não se mexe"? O ditado clichê, muitas vezes é utilizado pelas pessoas que não querem se abrir para o novo. É verdade que o novo assusta, existe um receio pelo desconhecido, também temos que reconhecer os ganhos que todos os processos possibilitaram ao longo dos anos, isso também é louvável. Mas, insisto, numa questão: Imaginem o quanto nós perdemos por medo de perder. Quantas novas formas de fazer processos, implementar ações, projetos, formas de lidar e um nova perspectiva sobre pessoas e estratégias, poderiam ser incríveis. 


E como tem refletido em entrevistas de emprego?  

Neste contexto, minha percepção enquanto profissional de recursos humanos, atuando com recrutamento e seleção inclusive de profissionais de áreas techs, nas mais diversas senioridades, é que a resistência pelo novo, atrapalha bastante a fluidez. Porque, alguns líderes ainda resistem (e muito) à questão de abrir portas e possibilidades para pessoas que ainda não tem experiência (ou que tem pouca). Pensem comigo, profissionais que hoje estão em um nível sênior, começaram do zero. Precisaram passar por diversas fases, momentos, aprendizados, erros e acertos. Meu destaque na palavra erro foi proposital, pois muitos ainda tem medo de abrirem oportunidade para quem não tem o nível de experiência que desejam e acabar acontecendo erros. Ora, somos humanos, não é mesmo? Isso pode acontecer (e digo mais: deve!) os erros fazem parte do processo de desenvolvimento e não devem ser encarados como uma coisa horrível, absurda e não normalizada. 

Pensei em alguns pontos sobre o que as empresas acabam perdendo quando não abrem possibilidades para pessoas  sem experiência, ou com menor experiência, te convido a refletir comigo: 

  • Perdem grandes profissionais- Isso mesmo! Já vi muitas empresas perderem profissionais incríveis por isso; 
  • Perdem pessoas que realmente querem aprender- Já vi de perto as pessoas novas em área, formação ou em transição de carreira, sempre prestando atenção, estudando, tirando dúvidas, engajando e muitas outras coisas; 
  • Perdem retenção (que inclusive, é um termo que vem sendo ampliado para engajamento)- As pessoas que mais permanecem numa empresa, são aquelas que necessitam de experiência. Falando sobre retenção, jamais estou falando de detenção, não é um aprisionamento, ambas as partes estão livres para finalizar aquela relação a qualquer momento. Porém, manter e engajar colaboradores, é essencial. 

Em suma: 

Experiência para ter experiência, as vezes (e muitas delas), é algo que deixa de trazer muitos ganhos. Não estou dizendo que não teremos mais requisitos em vagas, ou que experiência não é importante. Porém, penso mais além, poderíamos ampliar essa rede e possibilitar mais conhecimento, trocas, trazer novas perspectivas e ideias para equipes. 
Além disso, pessoas que (ainda) não tem experiência, muitas vezes estão começando a carreira, ou mudando de carreira e ficam em um ciclo interminável de falta de oportunidades de trabalho. 
É importante salientar também, que ter experiência, não significa que seja um indicador plenamente confiável de competências/conhecimentos e habilidades e atitudes, muitos que estão iniciando/trocando, também trazem suas vivências de outras esferas para aplicarem na atual. 

Creio que devemos refletir mais nesse sentido. E como recrutadora, também creio que devemos inspirar e incentivar líderes, gestão e diretoria nesse sentido. É um trabalho em conjunto mesmo. Lembrando que, estamos lidando com pessoas!

Espero que este texto te ajude de alguma forma! 

Cordialmente, 
Janaína Maria. 


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